terça-feira, 2 de março de 2010

TREINO DE CICLISMO - ACIDO LÁTICO

Hoje treino de pedal – 60 km. Estava pedalando “trancado” – ou seja na marcha mais pesada possível, simulando o esforço máximo isto se daria por 10 km, após este percurso seus músculos estão inchados e parecendo pesados... Conversando com meu colega de equipe Humberto que além de triathleta é médico comecei a falar sobre as dores musculares provenientes dos exercicios de endurance, que na realidade não seriam dores propriamente, seriam como se os musculos estivessem sem cordenação e sem força. Eis que me surge a pergunta, alias as perguntas: Quando, porque e como surge esta sensação? Doutor responde: isto nada mais é do que a penetração do ácido lático nas fibras musculares. Bueno nesta hora meio constrangido que nem padre em puteiro, respondi metido que nem piolho em costura - “A TÁ”...Afinal onde se viu o cavalo do delegado perder a corrida? Tchê não entendi “bulhufas”, sabia que o tal acido entrava na musculatura, mas continuava....quando, como, porque? “Bueno chegando em casa me fui as pesquisas” Entre Internet e Revistas, encontrei na TRISPORT, edição de Janeiro/2009 que trazia uma matéria sobre alimentação para treinos “Aeróbicos e Anaeróbicos” e assim encontrei parte das respostas de meus questionamentos. “Para realizar quase todas as tarefas que nosso corpo necessita para a nossa sobrevivência (funções biológicas), ou para que possa realizar uma ação do nosso comando (movimentos e exercícios), é necessário um gasto de energia para que isto aconteça. Esta energia é proveniente de uma molécula chamada ATP (adenosina trifosfato – uma molécula universal condutora de alta energia, fabricada em todas as células vivas como um modo de capturar e armazenar energia. Consiste de base púrica adenina e do açúcar de cinco carbonos ribose, aos quais são adicionados, em arranja linear, três moléculas de fosfato). À medida que o corpo vai realizando suas funções, o ATP é degradado e, conseqüentemente, posteriormente, é restaurado por outra fonte energética que pode ser proveniente da fosfocreatina (uma outra molécula geradora de energia), das gorduras, dos carboidratos ou das proteínas. Conforme as necessidades energéticas vão avançando, o corpo utiliza o pouco ATP que ele tem disponível para realizar suas funções, a medida que o ATP acaba, é solicitado o uso da fosfocreatina para ressintetizar o ATP, porém a fosfocreatina também é pouca em nosso organismo. Então as necessidades energéticas continuam é o nosso organismo solicita outro macronutriente para realizar a ressintese do ATP. Entretanto, neste momento o nosso corpo precisa fazer uma escolha, ele precisa determinar qual substrato energético utilizar: gordura, na forma de triglicerídeos, ou carboidratos, na forma de glicose ou glicogênio muscular. Essa escolha irá depender de dois fatores: (1) a velocidade de ressintese do ATP; e (2) se há ou não a presença de oxigênio durante o processo de transformação. Na presença de oxigênio e na pouca necessidade de solicitação deste macronutriente, o organismo utilizaria a gordura para ressintetizar ATP, uma vez que a gordura gera mais ATP que a glicose, e sua fonte é praticamente ilimitada no nosso corpo, não levando-o ao risco de sofrer pela má utilização deste substrato. Por outro lado, na necessidade de alta velocidade de ressintese do ATP o organismo irá optar pela glicose ou glicogênio hepático e muscular; como em exercícios extenuantes e muito intensos. Isso também ocorreria na ausência de oxigênio durante o processo de transformação para gerar energia, chamado de ciclo da glicólise. Esse ciclo seria capaz de gerar energia suficiente para ressintese do ATP, mas teria um efeito indesejável, a produção de ácido lático (um subproduto "tóxico" gerado no decorrer do ciclo de ressintese do ATP), que faria com que o exercício fosse interrompido minutos depois pela instalação da fadiga muscular dos músculos ativos (músculos exercitados). O lactato não deve ser encarado como um produto de desgaste metabólico. Pelo contrário, proporciona uma fonte valiosa de energia química que se acumula como resultado do exercício intenso. Quando se torna novamente disponível uma quantidade suficiente de oxigênio durante a recuperação, ou quando o ritmo do exercício diminui, NAD+ (coenzima NADH em sua forma oxidada) varre os hidrogênios ligados ao lactato para subseqüente oxidação a fim de formar ATP. Os esqueletos de carbono das moléculas de piruvato formados novamente a partir do lactato durante o exercício serão oxidados para a obtenção de energia ou serão sintetizados (transformados) para glicose (gliconeogênese) no ciclo de Cori. O ciclo de Cori não serve apenas para remover o lactato, mas o utiliza também para reabastecer as reservas de glicogênio depletadas no exercício árduo. Fases dos exercicios A1 – (Aeróbico de baixa intensidade, tempo de recuperação entre 8 e 12 horas) A2 – Aeróbico mais intenso, tempo de recuperação em torno de 24 e 30 horas A3 – Onde o esforço é quase um esforço anaeróbico, durante o esforço anaeróbico o corpo não se utiliza de oxigênio para gerar energia. Resultado: o corpo produz uma substância tóxica chamada ácido lático. É esta substância que nos deixa sem coordenação motora e com os músculos pesados durante um esforço muito intenso, Durante o A3 o corpo esta produzindo esta substância com mais intensidade, mas o corpo, a medida que o exercício é feito, consegue neutralizar e metabolizar esta substância. É como se fosse um limiar ou limite, logo acima do A3 qualquer exercício mas intenso vai fazer com que esta substância se acumule no corpo em níveis tóxicos. Este ritmo A3 é o que chamamos de ritmo de prova ou velocidade em competições de alto nível que tenham duração prolongada, como provas de natação de fundo, maratonas . Seu tempo de recuperação é de 36 a 48 horas. Acima destes estímulos aeróbicos estão os estímulos anaeróbicos ou seja com mais intensidade. Para a maioria de estímulos desta natureza que se classificam de acordo com o tempo de duração (tempo de produção de acido lático) a recuperação pode durar entre 40 a 60 horas e, para competição, dependendo da intensidade e duração, uma média de 48 a 72 horas.

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